Uma abordagem etnobotânica acerca das plantas úteis cultivadas em quintais em uma comunidade rural do semiárido piauiense, Nordeste do Brasil

Autores

  • Paulo Henrique da Silva Especialista em Ecologia, Universidade Federal do Piauí, Campus Senador Helvídio Nunes de Barros, Picos-PI
  • Ykaro Richard Oliveira Especialista em Ecologia, Universidade Federal do Piauí, Campus Senador Helvídio Nunes de Barros, Picos-PI
  • Maria Carolina de Abreu Doutora em Botânica, Professora de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Piauí, Campus Senador Helvídio Nunes de Barros, Picos-PI

DOI:

https://doi.org/10.24221/jeap.2.2.2017.1175.144-159

Palavras-chave:

Categorias de uso, comunidade de Aroeiras, conhecimento tradicional, plantas ornamentais.

Resumo

Estudos etnobotânicos permitem avaliar conhecimentos ancestrais transmitidos para novas gerações. Este estudo objetivou inventariar as plantas úteis cultivadas em quintais em uma comunidade rural, agrupar as espécies citadas em categorias de uso e delinear o perfil socioeconômico dos envolvidos na pesquisa. Foram aplicadas entrevistas semi-estruturadas, usando o método bola-de-neve para a seleção dos participantes. Utilizou-se a técnica da turnê-guiada pelos quintais e, neste momento, foram coletadas amostras das plantas citadas, as quais foram herborizadas segundo técnicas usuais em taxonomia vegetal, classificando-as segundo o sistema APG III. Dos 71 entrevistados, 87,32% pertencem ao sexo feminino. Entre as 188 espécies levantadas, pertencentes a 68 famílias, as mais representativas foram Fabaceae e Lamiaceae. As categorias de uso ornamental, medicinal e alimentar foram as mais representativas. Chenopodium ambrosioides, Aloe vera e Ruta graveolens apresentaram maiores valores de uso pela população local.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABREU, M. C.; SILVA, P. H.; OLIVEIRA, Y. R. 2017. Vegetais cultivados em quintais rurais Piauienses com indicação anticâncer: uma busca pelo conhecimento tradicional. Ciência e Natura, v.39, n.1, p. 22-32.

AGUIAR, L. C. G. G. 2009. Etnobotânica em quintais de comunidades rurais no domínio cerrado piauiense (Município de Demerval Lobão, Piauí, Brasil). Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Piauí, Teresina. 112 p.

AGUIAR, R. B.; GOMES, J. R. C. (Org.). 2004. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea,estado do Piauí: diagnóstico do município de Monsenhor Hipólito. Fortaleza: CPRM - Serviço Geológico do Brasil.

ALBUQUERQUE, U. P.; ANDRADE, L. H. C.; CABALLERO, J. 2005. Structure and Floristics of Homegardens in Northeastern Brazil. Journal of Arid Environments, v. 62, n.3, p.491-506.

ALBUQUERQUE, U. P.; ANDRADE, L. H. C. 2002a. Conhecimento botânico tradicional e conservação em uma área de Caatinga no estado de Pernambuco, nordeste do Brasil. Acta Botanica Brasilica, v.16, n.3, p.273-285.

ALBUQUERQUE, U. P.; ANDRADE, L. H. C. 2002b. Usos de recursos vegetais na Caatinga: o caso do agreste do estado de Pernambuco (nordeste do Brasil). Interciência, v.27, n.7, p.336-346.

ALBUQUERQUE, U. P.; LUCENA, R. F. P. 2004. Métodos e técnicas para a coleta de dados. In: ALBUQUERQUE, U. P.; LUCENA, R. F. P. (Orgs.). Métodos e técnicas na pesquisa etnobotânica. Recife, Editora Livro Rápido/NUPEEA. pp.37-62.

ALBUQUERQUE, U. P.; PAIVA, R. F.; ALENCAR, N. L. 2010. Métodos e técnicas para coleta de dados etnobiológicos. In: ALBUQUERQUE, U. P.; LUCENA, R. F. P.; CUNHA, L. V. F. C. (Orgs.). Métodos e técnicas na pesquisa etnobiológica e etnoecológica. Recife, PE: NUPPEA. pp.39-64.

ALTHAUS-OTTMANN, M. M.; CRUZ, M. J. R.; FONTE, N. N. 2011. Diversidade e uso das plantas cultivadas nos quintais do Bairro Fanny, Curitiba, PR, Brasil. Revista Brasileira de Biociências, v.9, n.1, p.39-49.

BAILEY, K. 1994. Métodos of social research. 4ª Ed. New York: The Free Press.

CABALLERO, J. 1979. La Etnobotânica. In: BARRERA, A. (Ed.). La Etnobotânica: trespuntos de vista y uma perspectiva. Xalapa, INIREB. pp. 27-30.

BERNARD, H. R. 1988. Research methods in cultural anthropology. Newbury Park, CA: Sage Publ. 520 p.

BRASIL. Ministério da Saúde, CNS/COPEP. 2012. Normas para pesquisa envolvendo seres humanos: Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Brasília, DF. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf. Acesso em 12 Jun. 2014.

CARNIELLO, M. A; SILVA, R. S.; CRUZ, M. A. B.; GUARIM NETO, G. 2010. Quintais urbanos de Mirassol D’Oeste-MT, Brasil: uma abordagem etnobotânica. Acta Amazonica, v.40, n.3, p.451-470.

CARVALHO, J. S. B.; MARTINS, J. D. L.; MENDONÇA, M. C. S.; LIMA, L. D. 2013. Uso popular das plantas medicinais na comunidade da Várzea, Garanhuns-PE. Revista de Biologia e Ciências da Terra, v.13, n.2, p.58-65.

CAVALCANTE, A. C. P.; SILVA, A. G. 2014. Levantamento etnobotânica e utilização de plantas medicinais na comunidade Moura, Bananeiras-PB. Revista Monografias Ambientais-REMOA, v.14, n.2, p.3225-3230.

CHAVES, A. S.; ZANIN, E. M. 2012. Etnobotânica em comunidades rurais de origem italiana e polonesa do município de Erechim/Rs. Perspectiva, Erechim, v.36, n.133, p.95-113.

CUNHA, S. A.; BORTOLOTTO, I. M. 2011. Etnobotânica de Plantas Medicinais no Assentamento Monjolinho, município de Anastácio, Mato Grosso do Sul, Brasil. Acta

Botanica Brasilica, v.25, n.3, p.685-698.

DA SILVA, C. G. 2012. Estudo etnobotânico e da atividade antimicrobiana ‘in vitro’ de plantas medicinais na comunidade do Sítio Nazaré, município de Milagres, Ceará. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Campina Grande, Patos-PB. 93p.

EICHEMBERG, M. T.; AMOROZO, M. C. M.; MOURA, L. C. 2009. Species composition and plant use in old urban homegardens in Rio Claro, Southeast of Brazil. Acta Botanica Brasilica, v.23, n.4, p.1057-1075.

FLORENTINO, A. T. N.; ARAÚJO, E. L.; ALBUQUERQUE, U. P. 2007. Contribuição de quintais agroflorestais na conservação de plantas da Caatinga, Município de Caruaru, PE, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v.21, n.1, p.37-47.

FONT-QUER, M. P. 1982. Diccionario de botanica. 8. reimp. Barcelona: Labor. 1982. 1244p.

FRANCO, E. A. P.; BARROS, R. F. M. 2006. Uso e diversidade de plantas medicinais no Quilombo Olho D´água dos Pires, Esperantina, Piauí. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.8, n.3, p.78-88.

FRANCO, F.; LAMANO-FERREIRA, A. P. N.; FERREIRA, M. L. 2011. Etnobotânica: aspectos históricos e aplicativos desta ciência. Caderno de Cultura e Ciência, v.10, n.2, p.17-23.

IBGE. 2010. Perfil das cidades piauienses. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/xtras/perfil.php?codmun=220650&search=piaui|monsenhor-hipolito. Acesso em: 10 Jun. 2014.

JACOMINE, P. K. T.; CAVALCANTI, A. C.; PESSOA, S. C. P.; BURGOS, N.; MELO FILHO, H. F. R.; LOPES,O. F.; MEDEIROS, L. A. R. 1986. Levantamento exploratório – reconhecimento de solos do Estado do Piauí. Riode Janeiro. EMBRAPA-SNLCS/SUDENE-DRN.

LIPORACCI, H. S. N.; SIMÃO, D. G. 2013. Levantamento etnobotânico de plantas medicinais nos quintais do Bairro Novo Horizonte, Ituiutaba, MG. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.15, n.4, p.529-540.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. M. 2008. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum. 544p.

LOZANO, A.; ARAÚJO, E. L.; MEDEIROS, M. F. T.; ALBUQUERQUE, U. P. 2014. The apparency hypothesis applied to a local pharmacopoeia in the Brazilian northeast. Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine, v.10, n.2, p.1-17.

MASSAROTO, N. P. 2009. Diversidade e uso de plantas medicinais por comunidades quilombolas kalunga e urbanas no Nordeste do Estado de Goiás-GO, Brasil. Dissertação de Mestrado. Universidade de Brasília, Brasília-DF. 130p.

MEIRELES, V. J. S. 2012. Etnobotânica e caracterização da pesca na comunidade Canárias, Reserva Extrativista Marinha do Delta do Parnaíba, Nordeste do Brasil. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Piauí, Teresina. 163p.

MORÁN, E. F. 1990. A ecologia humana das populações da Amazônia. Petrópolis, RJ: Vozes.

MORI, S. A.; SILVA, L. A. M.; LISBOA, G.; CORADIN, L. 1989. Manual de manejo do herbário fanerogâmico. Ilhéus, CEPLAC.

NOVAIS, A. M; GUARIM NETO, G.; GUARIM, V. L. M. S.; PASA, M. C. 2011. Os quintais e a flora local: um estudo na comunidade Jardim Paraíso, Cáceres-MT, Brasil. Revista Biodiversidade, v.10, n.1, p.3-11.

OLIVEIRA, E. R.; MENINI NETO, L. 2012. Levantamento etnobotânico de plantas medicinais utilizadas pelos moradores do povoado de Manejo, Lima Duarte - MG. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.14, n.2, p.311-320.

OLIVEIRA, F. C. S. 2008. Conhecimento botânico tradicional em comunidades rurais do semiárido piauiense. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Piauí, Teresina. 134p.

OLIVEIRA, F. C. S.; BARROS, R. F. M.; MOITA NETO J. M. 2010. Plantas medicinais utilizadas em comunidades rurais de Oeiras, semiárido piauiense. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.12, n.3, p.282-301.

PASA, M. C.; SOARES, J. J.; GUARIM NETO, G. 2005. Estudo etnobotânico na comunidade de Conceição-Açu (alto da bacia do rio Aricá Açu, MT, Brasil). Acta Botanica Brasilica, v.19, n.2, p.195-207.

PEREIRA, L. G.; VIEIRA, F. J.; ALENCAR, N. L.; CARVALHO, F. P. A.; BARROS, R. F. M. 2016. Diversidade florística em quintais do Nordeste brasileiro: um estudo etnobotânico em comunidades rurais em Monsenhor Gil/PI. Espacios, v. 37, n. 20, p. 11.

PHILLIPS O.; GENTRY A. H. 1993a. The useful Plants of Tamboapata, Peru: I Statistical hypothesis testing with a new quantitative technique. Economic Botany, v.47, n.1, p.15-32.

PHILLIPS, O.; GENTRY, A. H. 1993b. The useful Plants of Tambopata, Peru: II Additional hypothesis testing in quantitative ethnobotany. Economic Botany, v.47, n.1, p.33-43.

PHILLIPS, O.; GENTRY, A. H.; REYNEL, C.; WILKIN, P.; GÁLVES-DURAND, B. C. 1994. Quantitative ethnobotany and Amazonian conservation. Conservation Biology, v.8, n.1, p.15-32.

PINTO, E. P. P.; AMOROZO, M. C. M.; FURLAN, A. 2006. Conhecimento popular sobre plantas medicinais em comunidades rurais de mata atlântica – Itacaré, BA, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v.20, n.4, p.751-762.

ROSSATO, S. C. 1996. Uso de plantas por comunidades caiçaras do litoral norte do estado de São Paulo. Dissertação de Mestrado. Universidade de São Paulo, São Paulo. 119p.

SILVA, A. J. R.; ANDRADE, L. H. C. 2005. Etnobotânica nordestina: estudo comparativo da relação entre comunidades e vegetação na Zona do Litoral – Mata do Estado de Pernambuco, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v.19, n.1, p.45-60.

SOUSA, D. A.; OLIVEIRA, A. A.; CONÇEIÇÃO, G. M. 2014. Agrobiodiversidade em quintais familiares no município de Caxias, Maranhão. Goiânia. Encilcopédia Biosfera, v.10, n.18, p.3129-3139.

SILVA, M. D. P.; MARINI, F. S.; MELO, R. S. 2015. Levantamento de plantas medicinais cultivadas no município de Solânea, agreste paraibano: reconhecimento e valorização do saber tradicional. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.17, n.4, supl. II, p.881-890.

SOUSA, V. C; LORENZI, H. 2012. Botânica sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de Fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado na APG III. 3.ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum. 768p.

STRACHULSKI, J.; FLORIANI, N. 2013. Conhecimento popular sobre plantas: um estudo etnobotânico na comunidade rural de Linha Criciumal, em Cândido de Abreu-PR. Revista Geografar, v.8, n.1, p.125-153.

THE ANGIOSPERM PHYLOGENY GROUP. 2009. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III. Botanical Journal of the Linnean Society, v.161, p.105-121.

TROTA, J.; MESSIAS, P. A.; PIRES, A. H. C.; HAYSASHIDA, C. T.; CAMARGO, C.; FUTEMMA, C. 2012. Análise do conhecimento e uso popular de plantas de quintais urbanos no estado de São Paulo, Brasil. Revista de estudos ambientais, v.14, n.3, p.17-34.

VAN HOLTHE, J. M. O. 2004. Quintais urbanos de Salvador: realidades, usos e vivências no século XIX. Cadernos, v.2, p.61-74.

Downloads

Publicado

2017-05-02

Como Citar

Silva, P. H. da, Oliveira, Y. R., & Abreu, M. C. de. (2017). Uma abordagem etnobotânica acerca das plantas úteis cultivadas em quintais em uma comunidade rural do semiárido piauiense, Nordeste do Brasil. Journal of Environmental Analysis and Progress, 2(2), 144–159. https://doi.org/10.24221/jeap.2.2.2017.1175.144-159