Tratamentos pré-germinativos em sementes de espécies da Caatinga

Autores

  • Jéssica Vanessa Góis de Siqueira Graduando Universidade Federal Rural de Pernambuco-Unidade Acadêmica de Serra Talhada
  • João Paulo Alves de Barros Graduando em Ciências Biológicas na Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra Talhada/UFRPE-UAST, 59300-000, Serra Talhada-Pernambuco
  • Yara Panta Araújo Graduando em Ciências Biológicas na Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra Talhada/UFRPE-UAST, 59300-000, Serra Talhada-Pernambuco
  • Thieres George Freire da Silva Docente da Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra Talhada/UFRPE-UAST, 59300-000, Serra Talhada-Pernambuco
  • Luciana Sandra Bastos de Souza Docente da Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra Talhada/UFRPE-UAST, 59300-000, Serra Talhada-Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.24221/jeap.2.4.2017.1471.499-508

Palavras-chave:

Semiárido, dormência, emergência, Angico, Jurema-branca, Mulungu

Resumo

Algumas espécies da Caatinga apresentam sementes com dormência, um mecanismo que permite a germinação quando as condições ambientais propiciarem seu estabelecimento e sobrevivência; esta característica é vantajosa para a perpetuação e indesejável para os produtores que necessitam de uma rápida produção destas plantas. O estudo objetivou avaliar a eficiência da aplicação de tratamentos pré-germinativos em sementes de Angico (Anadenanthera colubrina) (Vell.) Brenan, Jurema-branca (Piptadenia stipulacea) (Benth.) Ducke e Mulungu (Erythrina velutina Willd.). Foram conduzidos dois experimentos independentes na Unidade Acadêmica de Serra Talhada. Sementes de Angico, Jurema-branca e Mulungu foram dispostas em delineamento experimental inteiramente casualizado, com quatro repetições e 15 sementes. Foram aplicados os tratamentos pré-germinativos: T1-testemunha, T2-escarificação mecânica em extremidade oposta ao hilo com lixa de madeira, T3-escarificação mecânica em extremidade oposta ao hilo com lixa de madeira + imersão em água sob temperatura ambiente por 24 horas e T4-tratamento térmico com imersão em água a 80ºC por 2 minutos. A eficiência foi avaliada pelos parâmetros: porcentagem de germinação e índice de velocidade de emergência (IVE), dados biométricos (30 dias após a semeadura), como altura das plântulas, número de folhas e diâmetro do coleto. As sementes de Jurema-branca (P. stipulacea) e Mulungu (E. velutina), submetidas aos tratamentos pré-germinativos T2 e T3, apresentaram melhores desempenhos germinativos, refletidos no crescimento da plântula. O Angico (A. colubrina) não se mostrou sensível à aplicação dos tratamentos e a germinação foi anulada em decorrência da aplicação do tratamento T3. Em todos os casos foram observadas variações nos parâmetros em decorrência, possivelmente, das condições atmosféricas.

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Publicado

2017-10-13

Como Citar

Siqueira, J. V. G. de, Barros, J. P. A. de, Araújo, Y. P., Silva, T. G. F. da, & Souza, L. S. B. de. (2017). Tratamentos pré-germinativos em sementes de espécies da Caatinga. Journal of Environmental Analysis and Progress, 2(4), 499–508. https://doi.org/10.24221/jeap.2.4.2017.1471.499-508