A Floresta Nacional (FLONA) da Restinga e sua influência no clima urbano da cidade de Cabedelo\PB

Autores

  • Anne Falcão de Freitas Universidade Federal da Paraíba http://orcid.org/0000-0003-2575-0230
  • Joel Silva dos Santos UFPB
  • Bartolomeu Israel de Souza UFPB
  • Ingrid Almeida da Silva UFPB
  • Nayara Silva Lins de Albuquerque UFPB

DOI:

https://doi.org/10.24221/jeap.3.2.2018.1650.181-190

Palavras-chave:

Microclima, Gradiente térmico, Mata Atlântica

Resumo

Considerando o crescimento desordenado da malha urbana na região metropolitana da cidade de Cabedelo/PB, o bioma de Mata Atlântica tem sido fragmentado intensamente, e alterações no microclima local, são perceptíveis pelo aumento das temperaturas. No entanto, estudos visando compreender o papel desta reserva florestal na amenização climática da cidade ainda são inexistentes. Este estudo objetivou verificar a relação entre a FLONA e o microclima de uma área urbanizada na cidade de Cabedelo/PB. A pesquisa parte da hipótese da existência gradiente térmico entre a FLONA e a área urbanizada. Inicialmente foi realizado um levantamento bibliográfico a respeito da temática em questão, seguido da definição dos pontos experimentais localizados dentro da FLONA e na malha urbana da cidade de Cabedelo/PB. Para analisar a existência de um gradiente térmico, foram realizadas coletas de temperatura e umidade relativa do ar, utilizando termohigrômetros durante o período de estiagem da região (dezembro 2016 a janeiro 2017). Três pontos de coletas ficaram alocados dentro da FLONA e um ponto de coleta na malha urbana da cidade. Os resultados revelam a existência de um gradiente térmico que indica uma atenuação gradual da temperatura e aumento da umidade à medida que se avança para o interior da FLONA, destacando também o papel da cobertura vegetal na amenização do clima urbano da cidade de Cabedelo-PB. Isto reforça a importância dos serviços ecossistêmicos prestados pelos fragmentos de Mata Atlântica e a sua necessária conservação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABREU-HARBICH, L. V.; LABAKI, L. C.; MATZARAKIS, A. 2014. Thermal bioclimatic in idealized urban street canyons in Campinas, Brazil. Theor. Appl. Climatol., v. 115, p. 333-340.

AMORIM, R. P. L. 2011. Análise da magnitude da influência climática de um remanescente de Mata Atlântica sobre o seu entorno urbanizado em clima quente-úmido. Dissertação de Mestrado, Universidade de Federal da Paraíba. João Pessoa, Paraíba, Brasil. 93p.

BRASIL. 2011. SNUC-Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza: Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Brasília: MMA/SB.

BUYADI, S. N. A.; MOHD, W. M. N. W.; MISNI, A. 2015. Vegetation’s role on modifying microclimate of urban resident. Procedia - Social and Behavioral Sciences, v. 202, p. 400-407.

CASTRO, A. A. B. C. et al. 2015. Interfaces rodoviário-urbanas no processo de produção das cidades: estudo de caso do contorno rodoviário de João Pessoa, PB, Brasil. Ambiente Construído. v. 15, n. 3, p. 175-199.

CHEN, J. et al. 1999. Microclimate in forest ecosystem and landscape ecology. BioScience., v. 49, n. 4, p. 288-297.

COSTA, A. D. L. 2007. O revestimento de superfícies horizontais e sua implicação microclimática em localidade de baixa latitude com clima quente e úmido. Tese de Doutorado, Universidade de Estadual de Campinas. Campinas, São Paulo, Brasil. 224p.

DACANAL, C.; LABAKI, L. C.; SILVA, T. M. L. 2010. Vamos passear na floresta! O conforto térmico em fragmentos florestais urbanos. Ambiente Construído, v. 10, n. 2, p. 115-132.

DIDHAM, R. K.; LAWTON, J. H. 1999. Edge structure determines the magnitude of changes in microclimate and vegetation structure in tropical forest fragments. Biotropica, v. 31, n. 1, p. 17-30.

EWERS, R. M.; BANKS-LEITE, C. 2013. Fragmentation impairs the microclimate buffering effect of tropical forests. Plos One, v. 8, n. 3, p. 1-7.

FAHRING, L. 2003. Effects of habitat fragmentation on biodiversity. Annu. Rev. Ecol. Evol. Syst., v. 34, p. 487-515.

FREITAS, A. F.; SANTOS, J. S.; LIMA, R. B. 2016. Análise da variação microclimática em diferentes níveis de fragmentação. Revista Brasileira de Geografia Física, v. 9, n. 1, p. 226-236.

INSTITUTO NACIONAL DE METEREOLOGIA. Disponível em: http://www.inmet.gov.br/portal/. Acesso em: 30 de out de 2016.

KATZSCHNER, L.; BOSCH, U.; ROTTEGEN, M. 2002. Behaviour of people in open spaces in dependency of thermal comfort conditions. In: International Conference on passive and low energy architecture. Anais France, James & James Ltd., pp. 411-415.

MEDEIROS, M. C. 2012. A pesca artesanal na costa da Paraíba: um enfoque etnoictionológico. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Campina Grande. Campina Grande, Paraíba, Brasil. 129p.

MCDONALD, R. I.; MARCOTULLIO, P. J.; GÜNERALP, B. 2013. Urbanization and global trends in biodiversity and ecosystem services. In: ELMQVIST, T. et al. (Ed.). Urbanization, biodiversity and ecosystem services: challenges and opportunities. Cap. 3, pp. 31-52.

MONTEIRO, C. A. F. Teoria e Clima Urbano. Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo. USP. São Paulo, 1976. 236 p.

MONTEIRO, J. C. R. et al. 2014. Descrição da temperatura e umidade relativa do ar em diferentes localidades no bairro do Parque Dez-Manaus/AM. Biota Amazônia, v. 4, n. 2, p. 20-27.

MYRES, N. et al. 2000. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, v. 403, n. 24, p. 853-858.

PETRISOR, A. I. et al. 2016. Assessing the fragmentation of the green infrastructure in Romanian cities using fractal models and numerical taxonomy. Procedia Environmental Science, v. 32, p. 110-123.

RAGHEB, A. A.; EL-DARWISH, I. I.; AHMED, S. 2016. Microclimate and human comfort considerations in planning a historic urban quarter. International Journal of Sustainable Built Environment, v. 5, p. 156-167.

RANTA, P. et al. 1998. The fragment Atlantic rain forest of Brazil: size, shape and distribution of forest fragments. Biodiversity and Conservation, v. 7, p. 385-403.

SAMPAIO, R. C. N. 2011. Efeito de borda em um fragmento de floresta estacional semidecidual no interior do estado de São Paulo. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual Paulista. Botucatu, São Paulo, Brasil. 83p.

SANTOS, J. S. 2011. Campo térmico urbano e a sua relação com uso e cobertura do solo em uma cidade tropical úmida. Tese de Doutorado, Universidade Federal de Campina Grande. Campina Grande, Paraíba, Brasil. 108p.

SAUNDERS, D. A.; HOBBS, R. J.; MARGULES, C. R. 1991. Biological consequences of ecosystem fragmentation: a review. Conservation Biology, v. 5, n. 10, p. 18-32.

SHASHUA-BAR, L.; PEARLMUTTER, D.; ERELL, E. 2011. The influence of trees and grass on outdoor thermal comfort in a hot-arid environment. International Journal of Climatology, v. 31, p. 1498-1506.

STAN, F. I. et al. 2016. Study on the evaporation and evapotranspiration measured on the Căldăruşani Lake (Romania). Procedia Environmental Science, v. 32, p. 281-289.

STEVENS, P. O. 2014. Dinâmica da paisagem no geossistema do estuário do Rio Paraíba – extremo oriental das Américas: estimativas de perdas de habitat e cenários de recuperação da biodiversidade. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa, Brasil. 125p.

TAKÁCS, A. et al. 2016. Microclimate modification by urban shade trees – an integrated approach to aid ecosystem service based decision-making. Procedia Environmental Science, v. 32, p. 97-109.

TEJAS, G. T.; AZEVEDO, M. G. F.; LOCATELLI, M. 2011. A influência de áreas verdes no comportamento higrotérmico e na percepção ambiental do citadino em duas unidades amostrais no município de Porto Velho, Rondônia, Brasil. REVSBAU, v. 6, n. 4, p. 15-34.

VASCONCELLOS, A. et al. 2005. Cupins de duas florestas de restinga do nordeste brasileiro. Iheringia, v. 95, n. 2, p. 127-131.

VICENTE, A. et al. 2014. Composição estrutural da vegetação lenhosa da restinga de Cabedelo, Paraíba. Revista de Geografia, v. 31, n. 1, p. 183-196.

WANG, Y. et al. 2017. Thermal comfort in urban green spaces: a survey on a Dutch university campus. International Journal Biometeorological, v. 61, p. 87-101.

XAVIER, A. L. et al. 2009. Variação da temperatura e umidade entre as áreas urbanas de Cuiabá. Engenharia Ambiental, v. 6, n. 1, p. 82-93.

YI, Y. et al. 2016. Effects of urbanization on landscape patterns in a mountainous area: a case study in the Mentougou district, Beijing, China. Sustainability, v. 8, p. 1-14.

ZHANG, W.; ZHU, Y.; JIANG, J. 2016. Effect of the urbanization of wetlands on microclimate: a case study of xixi wetland, Hangzou, China. Sustainability, v. 8, n. 885, p. 1-13.

ZHOU, D. et al. 2014. Effects of urbanization expansion on landscape pattern and region ecological risk in Chinese coastal city: a case study of Yantai city. The Scientific World Journal, v. 2014, ID 821781, p. 1-9.

Publicado

2018-04-02

Como Citar

Freitas, A. F. de, Santos, J. S. dos, Souza, B. I. de, Silva, I. A. da, & Albuquerque, N. S. L. de. (2018). A Floresta Nacional (FLONA) da Restinga e sua influência no clima urbano da cidade de Cabedelo\PB. Journal of Environmental Analysis and Progress, 3(2), 181–190. https://doi.org/10.24221/jeap.3.2.2018.1650.181-190