Variabilidade climática no Agreste de Pernambuco e os desastres decorrentes dos extremos climáticos

Autores

  • Maria Luana Torres Pereira
  • Maendra Pollinne Arcoverde Soares
  • Emanuel Araújo Silva
  • Abelardo Antônio de Assunção Montenegro
  • Werônica Meira de Souza Unidade Acadêmica de Garanhuns/Universidade Federal Rural de Pernambuco http://orcid.org/0000-0002-6270-2345

DOI:

https://doi.org/10.24221/jeap.2.4.2017.1452.394-402

Palavras-chave:

Precipitação pluviométrica, seca, tendência climática

Resumo

As mudanças climáticas já são uma realidade para a população mundial e as evidências fazem parte do dia a dia, com ameaças à infraestrutura das cidades, diminuição da produtividade nas lavouras, alterações nos rios e oceanos. O objetivo deste trabalho é classificar padrões climáticos na região central do Agreste de Pernambuco através do Índice de Anomalia de Chuva (IAC), visando caracterizar a severidade dos anos secos e chuvosos e analisar os desastres decorrentes das variabilidades climáticas. Foram selecionadas 14 estações pluviométricas distribuídas no Agreste Central no período de 1963 a 2013. Calculou-se o IAC anual e do período úmido. Foi realizado o levantamento dos dados oficiais dos desastres associados aos extremos climáticos (secas e enchentes) dos 14 municípios estudados no período de 1963 a 2013, através do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID) do Ministério da Integração. Os resultados indicaram que o período úmido corresponde aos meses de fevereiro a julho, sendo o período seco de agosto a janeiro. Através do IAC diagnosticou-se uma mudança no padrão da precipitação, evidenciando que até o final da década de 80 havia uma frequência maior dos anos úmidos, e que a partir da década de 90 houve uma diminuição significativa desses anos, ou seja, os anos secos passaram a predominar na região. Nos anos classificados como mais secos, foram emitidos documentos oficiais decretando estado de calamidade pública e/ou emergência, ocasionado pela seca e/ou estiagem, com impactos sociais e grandes prejuízos à agricultura e pecuária, todavia, também comprometendo o abastecimento humano e animal.

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Biografia do Autor

Werônica Meira de Souza, Unidade Acadêmica de Garanhuns/Universidade Federal Rural de Pernambuco

Werônica Meira de Souza Meteorologista, Mestre em Meteorologia- UFPB, Doutora em Recursos Naturais - UFCG, Prof. UAG/UFRPE

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Publicado

2017-08-15

Como Citar

Pereira, M. L. T., Soares, M. P. A., Silva, E. A., Montenegro, A. A. de A., & Souza, W. M. de. (2017). Variabilidade climática no Agreste de Pernambuco e os desastres decorrentes dos extremos climáticos. Journal of Environmental Analysis and Progress, 2(4), 394–402. https://doi.org/10.24221/jeap.2.4.2017.1452.394-402