Agroecologia, uma ciência "norma(l)cho"??sob as escrituras científicas, o androcentrismo

Autores

  • Héloïse Prévost Laboratoire Interdisciplinaire Solidarités, Sociétés, Territoires – Lisst (Laboratório Interdisciplinar de Solidariedade, Sociedades e Territórios), Universidade de Toulouse Jean Jaurès

Palavras-chave:

Invisibilização, Androcentrismo, História da agroecologia, Ciência, Feminismo.

Resumo

"O feminismo tem sido uma corrente importante no pensamento agroecológico" (ALTIERI E ROSSET, 2018) mas parece ter ficado à margem da virada política nos textos científicos agroecológicos. Nesse artigo, analisaremos a partir de uma perspectiva de gênero, a literatura científica de autores "líderes", identificando tanto o androcentrismo do autor quanto o androcentrismo dos textos. Depois mergulhamos nos escritos dos "líderes" para capturar as representações das mulheres rurais e seus efeitos em termos de invisibilidade delas como agentes agroecológicas, sujeitas sabidas e sujeitas políticas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Héloïse Prévost, Laboratoire Interdisciplinaire Solidarités, Sociétés, Territoires – Lisst (Laboratório Interdisciplinar de Solidariedade, Sociedades e Territórios), Universidade de Toulouse Jean Jaurès

Doutora em Sociologia, pesquisadora associada ao Laboratoire Interdisciplinaire Solidarités, Sociétés, Territoires – Lisst

Referências

AGUIAR, Vilenia Venancio Porto. Mulheres rurais, movimento social e participação: reflexões a partir da Marcha das Margaridas. Política & Sociedade 15 (0), pp. 261-95, 2016.

ALTIERI, Miguel e Susanna HECHT. Agroecology and Small Farm Development. CRC Press, 1990.

ALTIERI, Miguel e Peter ROSSET. Agroecologia ciencia y politica. 3e ed. Sociedad Científica Latinoamericana de Agroecología -SOCLA, 2018.

ALTIERI, Miguel e Peter ROSSET. Historia y corrientes del pensamiento agroecológico, Agroecologia ciencia y politica. SOCLA, pp. 75‑110, 2018b.

BENERÍA, Lourdes. Reproducción, producción y división sexual del trabajo. Ediciones de CIPAF, 1984.

BONI Valdete. De agricultoras a camponesas. Dissertação em Sociologia politica, Universidade Federal de Santa Catarina, 253 p, 2012.

Burg Ines Claudete. As mulheres agricultoras na produção agroecológica e na COMERCIALIZAÇÃO em feiras do sudoeste Paranaense. Dissertação de doutorado, Universidade Federal de Santa Catarina, 147 p, 2005.

BUTTO Andrea e Isolda DANTAS. Autonomia e cidadania: políticas de organização produtiva para as mulheres no meio rural. MDA, Brasília, 192 p., 2011.

BUTTO Andrea e Renata LEITE. Politicas para as mulheres rurais no Brasil: avanços recentes e desafios. VIII Congreso Latinoamericano de Sociología Rural, 2010.

BUTTO, Andrea. Movimentos sociais de mulheres rurais no Brasil : a construção do sujeito feminista. Universidade Federal de Pernambuco, 276 p, 2017.

CHABAUD-RYCHTER Danielle, Virginie DESCOUTURES, Anne-Marie DEVREUX e Eleni VARIKAS. (dirs.). Sous les sciences sociales, le genre: relectures critiques, de Max Weber à Bruno Latour. Paris, Ed. la Découverte, 512 p, 2010.

CISNE Mirla. Feminismo e consciência de classe no Brasil. São Paulo, Cortez Editora, 276 p, 2014.

CONNELL Raewyn. Review of Whose Science? Whose Knowledge? Thinking from Women’s Lives. Contemporary Sociology, 21, 4, pp. 536‑537, 1992.

FRANCIS, Charles, LIEBLEIN G., GLIESSMAN S., BRELAND T.A., CREAMER N., HARWOOD R., SALOMONSSON L., HELENIUS J., RICKERL D., SALVADOR R., WIEDENHOEFT M., SIMMONS S., ALLEN P., ALTIERI M., FLORA C., POINCELOT R. Agroecology: The Ecology of Food Systems. Journal of Sustainable Agriculture, 22, 3, pp. 99‑118, 2003.

FRANCIS Charles e Alexander WEZEL. Agroecological Practices: Potencials and Policies, Agroecological Practices For Sustainable Agriculture: Principles, Applications, And Making The Transition. World Scientific, pp. 463‑481, 2017.

FRICKER Miranda. Epistemic injustice: power and the ethics of knowing. Reprinted, Oxford, Oxford Univ. Press, 188 p,2007.

FURLIN Neiva. A perspectiva de gênero no MST: um estudo sobre o discurso e as práticas de participação das mulheres. Mulheres camponesas: trabalho produtivo e engajamentos políticos, Alternativa, Niteroi, pp. 257‑282,2013.

GALGANI Gema Esmeraldo Silveira Leite. Mulher Rural no Brasil: Estratégias para o Reconhecimento de Ofícios e Ação Politica. Revista Latinoamericana Pacarina, 2, pp. 122‑138, 2011.

GALGANI Gema Esmeraldo Silveira Leite. O protagonismo político de mulheres rurais por seu reconhecimento econômico e social. Mulheres camponesas: trabalho produtivo e engajamentos políticos, Alternativa, Niteroi, p. 237‑256, 2013.

GALGANI Gema Esmeraldo Silveira Leite. Femmes en mouvement : la naissance d’une existence sociale, politique et professionnelle. Féminin-Masculin, Editions Quæ, pp. 101, 2014.

GIRALDO Omar Felipe e ROSSET Peter. La agroecología en una encrucijada: entre la institucionalidad y los movimientos sociales. Guaju, 2, 1, p. 14‑37, 2016.

GLIESSMAN Stephen. Agroecology: Ecological Processes in Sustainable Agriculture. CRC Press, 394 p, 1998.

GLIESSMAN Stephen. Agroecology: The Ecology of Sustainable Food Systems. CRC Press, 420 p, 2007.

GLIESSMAN Stephen . Agroecology: The Ecology of Sustainable Food Systems. 3rd edition, New York, Taylor & Francis (CRC Press), 384 p, 2014.

HARDING Sandra. Whose science? Whose knowledge? thinking from women’s lives. 2nd éd, Ithaca, NY, Cornell Univ. Press, 319 p, 1991.

HECHT Susan. The evolution of agroecological thought, Agroecology : the science of sustainable agriculture. Westview Press, Boulder CLADES, p. 4‑20, 1995.

HEREDIA Beatriz Maria Alásia de e Rosângela Pezza CINTRÃO. Gênero e acesso a politicas publicas no meio rural brasileiro. Revista nera, 0, 8, p. 1‑28, 2006.

JALIL Laeticia Medeiros. Por que sem feminismo nao ha agroecologia? Fora da Curva, 21 mai 2018.

JALIL Laeticia Medeiros. As Flores e os Frutos da Luta: o significado da Organização e da Participação Política para as Mulheres Trabalhadoras Rurais. Dissertação de doutorado, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 207 p, 2013.

MATHIEU Nicole-Claude. L’anatomie politique: catégorisations et idéologies du sexe. Donnemarie-Dontilly, Ed. IXe, 272 p, 1991_2013.

MENEZES Marilda A. e Sirlei GASPARETO. As jovens do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) em Santa Catarina. Mulheres camponesas: trabalho produtivo e engajamentos políticos, Alternativa, Niteroi, pp. 303‑329, 2013.

MILARD Béatrice. Les autocitations en sciences humaines et sociales. Pour une analyse de la dynamique des collectifs cognitifs. Langage et société, 141, pp. 119‑139, 2012.

NEVES, Delma Pessanha, et Leonilde SERVOLO de Medeiros. Mulheres camponesas: trabalho produtivo e engajamentos políticos, Alternativa, Niteroi, 431 p, 2013.

PAULILO Maria Ignez. O Peso do Trabalho Leve. Ciência Hoje, 5, 28, p. 64‑70, 1987.

PIMENTA Sara Deolinda Cardoso. Participação, poder e democracia: mulheres trabalhadoras no sindicalismo rural, Políticas Públicas e formas societárias de participação. FACHIF/UFMG, Belo Horizonte, pp. 155‑180, 2013.

ROSSITER Margaret W. L’effet Matthieu Mathilda en sciences. Les cahiers du CEDREF, 11, p. 21‑39, 2003.

SANTOS Boaventura de Sousa. Para uma sociologia das ausências e uma sociologia das emergências. Revista Crítica de Ciências Sociais, 63, p. 237‑280, 2002.

SANTOS Boaventura de Sousa. O Fim do Império Cognitivo. Almedina, 512 p, 2018.

SEVILLA Guzmán Eduardo. La agroecologia como estrategia metodologica de transformacion social. Reforma Agraria & Meio Ambiente, 1, 2, p. 4‑10, 2006.

SEVILLA Guzmán Eduardo. Sobre los orígenes de la agroecología en el pensamiento marxista y libertario. Plural editores, 168 p, 2011.

SHIVA Vandana. Staying Alive: Women, Ecology and Development. Zed Books, 260 p, 1988.

SILIPRANDI Emma. Mulheres e agroecologia : a construção de novos sujeitos políticos na agricultura familiar. Dissertação de Doutorado, Universidade de Brasília, 2009.

WEZEL A., BELLON S., DORÉ T., FRANCIS C., VALLOD D., DAVID C. Agroecology as a science, a movement and a practice. A review. Agronomy for Sustainable Development, 29, 4, p. 503‑515, 2009.

WEZEL Alexander e Virginie SOLDAT. A quantitative and qualitative historical analysis of the scientific discipline of agroecology. International Journal of Agricultural Sustainability, 7, 1, pp. 3‑18, 2009.

WEZEL Alexander. Agroecological Practices For Sustainable Agriculture: Principles, Applications, And Making The Transition. World Scientific, 502 p, 2017.

WRIGHT Erik Olin. Utopies réelles. La Découverte. 613 p, 2017.

Downloads

Publicado

2020-07-01

Como Citar

Prévost, H. (2020). Agroecologia, uma ciência "norma(l)cho"??sob as escrituras científicas, o androcentrismo. Revista Cadernos De Ciências Sociais Da UFRPE, 2(15), 25–52. Recuperado de https://www.journals.ufrpe.br/index.php/cadernosdecienciassociais/article/view/3430