A A perpetuação do latifúndio no Brasil pela lógica colonial

as terras roubadas

Autores

  • Sírlei de Sá Moura Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Brasil https://orcid.org/0000-0002-3432-5183
  • Tulio Colombo Corrêa Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Brasil https://orcid.org/0000-0001-5399-6188
  • Matheus Silva Coelho Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Brasil

Palavras-chave:

Globalização, Terra, Política

Resumo

O presente trabalho pretende conjecturar e subsidiar uma discussão crítica sobre a consideração de que a terra é, historicamente, parte da acumulação de um capitalismo global. Partindo de uma abordagem que atravessa momentos significativos da formação do Brasil, diz-se sobre a terra como fonte primária de acumulação do capital e como matéria para a evolução da globalização, entendendo-a como parte de um projeto hegemônico sócio-político-econômico, imposto ao território brasileiro, bem como a outros países ao sul global, que influi estruturalmente a regulamentação das terras constituindo um projeto permanente de colonização que se desenvolve até os dias de hoje. Caracteriza-se esse processo com práticas contemporâneas do neoliberalismo. O trabalho discorre sobre como o capitalismo central, e toda sua rede constituinte, atua sobre a terra, especificamente sobre terras ao sul global, historicamente colonizada pelo norte, e sentenciadas pelo processo de globalização desde as grandes navegações. Diz-se também da construção de discursos de modernização para camuflar novas possibilidades para velar a manutenção das relações históricas de poder formas cada vez mais capciosas de acumulação do capital.  Trazendo um apanhado de marcos históricos, espera-se com esse trabalho fornecer bases críticas para pesquisas que tratem sobre globalização, financeirização e produção do espaço.  

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Biografia do Autor

Sírlei de Sá Moura , Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Brasil

doutoranda no programa de Pós-graduação em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável na Escola de Arquitetura na UFMG. Mestre em Direito Público pela PUC/MG. Pesquisadora do Grupo Indisciplinar/EAD UFMG. 

Tulio Colombo Corrêa, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Brasil

mestrando no programa de Pós-graduação em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável da Escola de Arquitetura da UFMG. Bacharel em Arquitetura e Urbanismo pela UFOP. Pesquisador do grupo Indisciplinar/EAD-UFMG

Matheus Silva Coelho, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Brasil

graduando em Arquitetura e Urbanismo pela Escola de Arquitetura da UFMG e bolsista de extensão universitária no Grupo Indisciplinar/EAD na frente de atuação Plataforma Urbanismo Biopolítico.  

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Publicado

2021-08-30 — Atualizado em 2021-08-31

Versões

Como Citar

de Sá Moura , S., Colombo Corrêa, T., & Silva Coelho, M. (2021). A A perpetuação do latifúndio no Brasil pela lógica colonial: as terras roubadas. Revista Cadernos De Ciências Sociais Da UFRPE, 1(17). Recuperado de https://www.journals.ufrpe.br/index.php/cadernosdecienciassociais/article/view/4359 (Original work published 30º de agosto de 2021)