O FEMINISMO DO SÉCULO XIX: UMA ANÁLISE DISCURSIVA DO CONTO O PAPEL DE PAREDE AMARELO DE CHARLOTTE P. GILMAN

Autores

  • Amanda Campos Universidade Federal de Uberlândia

Palavras-chave:

Discurso, Feminismo, Literatura, Resistência

Resumo

É objetivo principal deste trabalho analisar traços do discurso feminista no conto de Charlotte P. Gilman, O papel de parede amarelo, publicado em 1892, pondo luz nas condições de possibilidade desse discurso na época em que foi escrito. Desse modo, procuramos compreender a sua contribuição para o movimento que se fortaleceu no século XX, a partir da década de 60, observando, assim, as diferentes formações discursivas presentes nessa narrativa. Para isso, foi realizada uma pesquisa ancorada nas teorias da Análise do Discurso francesa, as quais incluem a articulação entre os trabalhos de Michel Pêcheux e de Michel Foucault, para que seja possível relacionar os conceitos de enunciado, sujeito, história e língua com a reflexão proposta pelo conto. Por meio das reflexões da historiadora Margareth Rago, é objetivo, também, analisar o conto a partir de uma visão feminista atual baseada nos ideais foucaultianos. A pesquisa, ainda, visa contribuir para a construção de uma visão que dê importância ao feminismo como movimento e que possa mostrar como sua propagação na literatura é essencial para o progresso da luta feminista atual.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Amanda Campos, Universidade Federal de Uberlândia

Graduanda em Letras - Habilitação em Língua Portuguesa na Universidade Federal de Uberlândia. Realiza pesquisa na área de Análise do Discurso e é bolsista do Programa de Educação Tutorial do Instituto de Letras e Linguística da Universidade Federal de Uberlândia.

Referências

BARTHES, R. A Morte do Autor. In: O Rumor da Língua. Trad. Mário Laranjeira. São Paulo: Brasiliense, 1988.

BEAUVOIR, S. O Segundo Sexo. Trad. Sérgio Milliet. 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009. 2v.

FERNANDES, C. A. Análise do Discurso: reflexões introdutórias. 2. ed. São Carlos: Claraluz, 2007.

FERNANDES, C. A. O autor: Morte do homem, nascimento do sujeito. Revista da ABRALIN, v. 15, n. 2, p. 19-38, 2016. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/abralin/article/view/47881/28817. Acesso em: 21 out. 2020.

FERNANDES, C. A.; C. A.; KHALIL, M. M. G., ALVES JÚNIOR, J. A. (Org.). Análise do Discurso na Literatura: rios turvos de margens indefinidas. São Carlos: Claraluz, 2009.

FOUCAULT, M. As palavras e as coisas. Trad. Salma Tannus Muchail. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

FOUCAULT, M. História da loucura: na Idade Clássica. Trad. José Teixeira Coelho Neto. 8. ed. São Paulo: Perspectiva: 2005.

FOUCAULT, M. O que é um autor? Trad. António F. Cascais e Eduardo Cordeiro. 6. ed. Lisboa: Nova Vega, 2006.

GILMAN, C. P.. O papel de parede amarelo. Trad. Diogo Henriques. Rio de Janeiro: José Olympio, 2016.

HEDGES, E. R. Posfácio. In: GILMAN, Charlotte Perkins. O papel de parede amarelo. Trad. Diogo Henriques. Rio de Janeiro: José Olympio, 2016. p. 71-105.

ORLANDI, E. Exterioridade e ideologia. Caderno de Estudos Linguísticos, v. 30, p. 27-30, jan./jun. 1996. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8637037/4759. Acesso em: 21 out. 2020.

PECHÊUX, M.. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Trad. Eni Puccinelli Orlandi [et.al.]. 3. ed. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1997.

RAGO, M. Foucault, a histeria e a aranha. O mesmo e o outro: 50 anos de História da Loucura, Capítulo, ed. 1, Autêntica, v. 1, 2013. p. 235-246.

RAGO, M. 'Estar na hora do mundo': subjetividade e política em Foucault e nos feminismos. Interface (Botucatu. Online), v. 23, p. 15, 2019. Disponível em: https://scielosp.org/pdf/icse/2019.v23/e180515/pt. Acesso em: 21 out. 2020.

Downloads

Publicado

2021-07-10

Como Citar

Campos, A. (2021). O FEMINISMO DO SÉCULO XIX: UMA ANÁLISE DISCURSIVA DO CONTO O PAPEL DE PAREDE AMARELO DE CHARLOTTE P. GILMAN. Entheoria: Cadernos De Letras E Humanas, 8(1), 161–178. Recuperado de https://www.journals.ufrpe.br/index.php/entheoria/article/view/3925