O paradoxo da Escherichia coli como bioindicador

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24221/jeap.9.2.2024.5755.114-121

Palavras-chave:

Monitoramento microbiológico, indicador biológico, contaminação fecal

Resumo

É possível perceber na literatura diversas pesquisas voltadas ao estudo e ao monitoramento da Escherichia coli (Theodor Escherich) em águas para consumo humano. Costumeiramente, este organismo está associado ao termo bioindicador. A partir de uma visão biocêntrica da natureza e entendendo-se que os bioindicadores são seres vivos típicos de um ambiente ou introduzido ativamente pelo homem com o intuito de monitorar uma característica do ecossistema, este artigo objetiva lançar um olhar sobre a E. coli como um indicador biológico de contaminação fecal em detrimento da terminologia bioindicador. Sendo assim, trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva, com levantamento de dados secundários. Com o emprego de uma metodologia que denota o potencial de bioindicação de uma espécie, foi realizada uma ponderação para cada um dos aspectos definidos, atribuindo pesos que variam de acordo com a relevância do parâmetro para apontar um indicador biológico ideal. Mediante os resultados, foi possível observar que as definições dadas pela literatura para classificar uma espécie como bioindicadora não se aplica a E. coli, sendo a terminologia “indicador biológico” mais adequada. Todavia, a bactéria pode fornecer uma indicação biológica ideal, pois alcançou 78 pontos em uma escala de bioindicação, de pontuação máxima igual a 100.

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Publicado

2024-05-23

Como Citar

Pequeno, L. A. B., Carolino, M. P., Carvalho, M. N., & El-Deir, S. . G. (2024). O paradoxo da Escherichia coli como bioindicador. Journal of Environmental Analysis and Progress, 9(2), 114–121. https://doi.org/10.24221/jeap.9.2.2024.5755.114-121