A CORPORIFICAÇÃO DO MONSTRO EM PAPA-CAPIM – NOITE BRANCA, DE MARCELA GODOY E RENATO GUEDES
Palavras-chave:
Discurso, Quadrinhos. HorrorResumo
: Este estudo analisa o corpo monstruoso e sua materialização no quadrinho Papa-capim – Noite branca, de Marcela Godoy e Renato Guedes (2016), a partir dos estudos da Análise de Discurso, com base em Pêcheux e Eni Orlandi. Compreende-se que o monstro, o que é da ordem do monstruoso se constitui historicamente a partir das condições de produção sociais e ideológicas. Assim, para diferentes sociedades, povos, o monstro é um mal a ser combatido. Para Courtine (2011), ao falar do corpo anormal, mostra que há um padrão a ser estabelecido, a partir de uma oposição ao que não está dentro desse padrão, sendo o ser monstruoso o que foge desse padrão. Assim, o monstro Noite Branca é um ser contraditório que foge de um padrão para certas condições e em outras faz parte desse padrão. É um monstro que consome tudo e todos, e pode assim, ser interpretado como um sistema capitalista que desmata, que fere, que subsumi o outro na sua constituição. O monstro Noite Branca remete a uma destruição da natureza e assim do homem. Por outro lado, esse mesmo monstro em outras condições pode ser compreendido como algo do comum, do já estabelecido, a partir da apropriação da natureza pelo próprio homem.Downloads
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