UMA CIVILIDADE MODERNA E BESTIAL
O INDIVIDUALISMO EM HOBBES, DURKHEIM E FREUD NA MODERNIDADE
Palavras-chave:
Hobbes, Durkheim, Freud, repressão dos instintos, Individualismo, estado de naturezaResumo
O artigo investiga a relação entre o estado de natureza descrito por Thomas Hobbes e o individualismo moderno, argumentando que este último não apenas reflete uma superação da condição natural, mas, paradoxalmente, reativa seus traços essenciais. A partir da teoria psicanalítica de Sigmund Freud, sugere-se que os impulsos primitivos, associados ao desejos do inconsciente, encontram no individualismo contemporâneo um terreno fértil para se manifestarem sob novas formas. À luz da sociologia de Émile Durkheim, discute-se como a solidariedade orgânica das sociedades modernas, longe de reprimir completamente esses impulsos, os reorganiza de maneira que a competição e o isolamento social recriam o estado hobbesiano de luta de todos contra todos. A hipótese central do estudo é que, ao contrário da visão tradicional de que a civilização supera a barbárie do estado de natureza, o individualismo reforça aspectos latentes desse estado primitivo. Ao articular filosofia política, psicanálise e sociologia, o artigo propõe uma nova hipótese do individualismo moderno como um catalisador de tensões sociais e psíquicas herdadas da condição natural do homem sob uma nova forma.Downloads
Referências
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